Oh vale encantado da tempestade sentida
Oh livro que acabei de ler
Que deste-me a serenidade
Que eu tinha perdido a lucidez
Que deixei de sentir, sentimento adormecido
Esquecido, abrasador, vida amarga
Oh alma que te perdeste
Em trilhos, caminhos da saudade
Entre estevas, estevinhas, olmos
Fragas, oliveiras e castanheiros
Oh vale encantado entre as serras e os montes
Deste nosso e amado Portugal
Onde a raposa, repousa e faz o seu covil
Onde as cobras mudam de pele
Onde anda a alcateia deste lobo solitário
Oh vida triste, vazia, sozinha
Onde mato a sede na fonte no monte
Deste vale encantado, que é a minha vida
Neste meu amado Portugal
Isabel Morais Ribeiro Fonseca