Estou pronta, meu Senhor
Sussurram eles nas pedras feridas
Das montanhas embutidas a chorar
Gritos cheios de ecos vazios
Nos corpos suspensos pelos ombros
De olhos vermelhos esbugalhados
Com hálito amargo soltam as vísceras
Para a boca do inferno temem eles
Escondem-se de uma morte prematura
Nas suas imperfeições que é imortal
Entre os sonhos de pagãos prazeres
Em lírica numa voragem pureza insana
De devaneios, de caos, das labaredas
Eles não oram, muito menos pedem
Ou acreditam num Deus incólume
Por isso estou pronta, meu Senhor.
Isabel Morais Ribeiro Fonseca